Abusos que Judy Garland sofreu durante as gravações do filme ‘O Mágico de Oz’
- Flávio Sousa
- 13 de ago. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 14 de ago. de 2024
A magia que o filme apresenta para os telespectadores camufla os traumas da atriz

Judy Garland durante as filmagens do filme O Mágico de Oz Foto: Arquivo da Internet
O filme ‘O Mágico de Oz', lançado em 1939 e dirigido pelo diretor Victor Fleming, é um dos clássicos do cinema mundial que chamou atenção na época por usar Technicolor, uma técnica inovadora que trazia cores para os filmes. Durante as gravações do longa, a atriz Judy Garland, com apenas 16 anos de idade, foi submetida a uma série de abusos que lhe causaram traumas profundos: assédio sexual, pressão estética, vício em remédios e agressões fisicas no filme que revolucionou o cinema dos anos 30.
Sidney Luft, ex-marido de Judy Garland, revela em sua autobiografia “Judy and I: My Life with Judy Garland” que, nos bastidores do filme, a atriz enfrentou uma série de incidentes e episódios controversos. Esses detalhes, pouco conhecidos pelo grande público, destacam as dificuldades e abusos que Judy Garland sofreu durante a produção do icônico filme.
Inspirado pela animação da Disney Branca de Neve e os Sete Anões de 1937 e baseado no livro de Frank Baum, O Mágico de Oz conta a história de Dorothy Gale, uma menina órfã de onze anos que vive no Kansas com os tios. Após uma discussão com a família e vizinhos, ela decide sair de casa, levando consigo o Titó, fiel cachorrinho. O filme foi amplamente aclamado pela crítica, tornou-se um clássico instantâneo, conquistou dois Oscars e permanece até hoje como uma influência significativa na cultura pop.

Foto: Arquivo da Internet
Judy Garland era a estrela principal, no papel de Dorothy Gale, a protagonista da história. Com apenas 16 anos na época, Garland interpretava uma menina de 11 anos, o que levou os diretores a pressionarem para que ela parecesse mais jovem. Para atender a demanda, a estrela de hollywood teve que perder 6 kg, usar espartilhos apertados e seguir uma dieta restrita composta apenas por café puro, sopa de galinha e queijo.
A atriz teve que passar por um processo de adequação do personagem restrita, com vários procedimentos estéticos rigorosos, um deles foi as próteses internas no nariz, para se parecer com uma criança. Ela também fumava quatro maços de cigarro por dia para controlar o apetite e tomava comprimidos para permanecer alerta durante o dia, além de tranquilizantes para dormir à noite.

Bastidores do filme O Mágico de Oz Foto: Arquivo da Internet
Em uma entrevista ao The New York Times, Judy Garland revelou que enfrentava constante bullying por parte das outras estrelas do filme, que não aceitavam a presença de uma jovem como protagonista. Ela também relatou um marcante episódio onde o diretor Victor Fleming a agrediu fisicamente durante uma cena em que ela teve dificuldades para atuar. “Ele puxou meu braço e, de repente, deu um tapa no meu rosto, dizendo que eu deveria me concentrar mais na cena,” contou.
Outro episódio que a atriz nunca conseguiu esquecer ocorreu durante filmagens com atores que interpretavam os Munchkins. Judy revelou que os atores aproveitaram a situação para assediá-la, passando as mãos por debaixo do vestido que usava. “Eles tornaram minha vida um verdadeiro pesadelo no estúdio, esses homens que tinham 40 anos ou mais”, revelou.

Judy Garland e os Munchkins Foto: Arquivo da Internet
O escritor Gerald Clark, autor da autobiografia ‘Get Happy: The Life of Judy Garland’ ao pesquisar mais informações sobre Judy Garland para o livro que estava escrevendo, descobriu rascunhos de uma autobiografia que nunca foi publicado, em formato de áudios, escondidos na Universidade de Columbia, onde ela relatou situações que envolvem abusos e assédios.

Judy Garland junto com o dono da MGM Louis B. Mayer Foto: Arquivo da Internet
Em um dos áudios, a estrela revelou uma situação com o dono da MGM, a produtora que trabalhou nos anos 30, onde Louis B. Mayer falava “Judy, eu gosto de você porque você canta com o coração”, e em seguida, ele tocava nos seios da garota de 16 anos. Em outro momento, Garland contou que foi convocada para uma reunião na MGM onde um dos chefes executivos exigiu transar com a atriz. Assustada, respondeu “Não”. Como relata Gerald Clark, Judy Garland disse que foi ameaçada por esse homem, ele disse: “Judy Garland, vou destruir a sua carreira”.
Judy Garland saiu outra pessoa ao finalizar as filmagens do O Mágico de Oz. Na festa de encerramento das gravações, os colegas que contracenaram junto da atriz falaram de uma cena triste, onde a menina chorava exausta e repetia a seguinta frase: "Por que as coisas não podem ser como antes?". Todas essas situações e o uso excessivo de comprimidos ao longo da gravação afetou a vida da atriz.
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